Saiba como a aposentadoria pode mudar
Parlamentares e sindicalistas devem iniciar nesta quarta-feira pressões para
que o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, coloque em votação projeto
que muda a aposentadoria.
A proposta extingue o fator previdenciário --índice que reduz o benefício por
tempo de contribuição de quem se aposenta cedo.
A fórmula foi criada para estimular o adiamento do benefício, mas, na
prática, isso não ocorreu. Os trabalhadores continuaram a se aposentar cedo, com
valor menor, e optaram por continuar na ativa após receber o benefício.
Além disso, há um agravante: em razão do fator, é impossível para o
trabalhador programar sua aposentadoria. O índice muda --para pior-- todos os
anos, com a evolução da expectativa de sobrevida da população.
Hoje, um homem com 60 anos de idade e 35 anos de contribuição tem fator
0,8668 (veja quadro). Porém um trabalhador com 55 anos de idade e 30 de
contribuição não terá esse mesmo índice em cinco anos. O fator será menor
--porque a expectativa de sobrevida da população tende a aumentar--, e seu
impacto na aposentadoria, maior.
FÓRMULA 85/95
A pressão pelo fim do fator aumentou há cinco anos. O Congresso chegou a
aprovar sua extinção, mas o então presidente Lula vetou a proposta em 2010 por
não haver um substituto para o índice.
Agora as discussões voltam-se para o chamado fator 85/95, que já foi
discutido anteriormente, mas acabou descartado. Como o governo não aceita o fim
puro e simples do fator atual, a fórmula voltou a ser cogitada.
A proposta é simples: aposentadoria integral quando a soma da idade do
segurado com seu tempo de contribuição for 85, para mulheres, e 95, para homens.
O tempo mínimo de contribuição (30 anos, para mulheres, e 35, para homens) seria
mantido.
A mudança valeria só para os trabalhadores da ativa (veja exemplos no
quadro).
O problema é que o governo, que já deveria ter apresentado uma contraproposta
mais próxima do que considera viável do ponto de vista orçamentário, não
conseguiu finalizar o texto até agora.
Além disso, o Ministério da Previdência já fala que medidas provisórias podem
emperrar as votações e levar a discussão para setembro.
O relator do fator 85/95, deputado Ademir Camilo (PSD-MG), entretanto, afirma
que Marco Maia será cobrado para manter o acordo de votação até o dia 10 de
agosto.
"Temos acordo com as lideranças. Se o governo não apresentar um novo texto,
pode fazer ajustes no nosso."
A CUT e a Força Sindical também prometem pressionar pela votação.
Fonte:- Folha de São Paulo - por Paulo Muzzolon
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