Ex-dono do Banco Cruzeiro do Sul é levado para o Cadeião de
Pinheiros, em SP
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O banqueiro Luis Octavio Indio da Costa, ex-dono e ex-presidente do Banco
Cruzeiro do Sul, está preso no CDP (Centro de Detenção Provisória) 3 de
Pinheiros, na av. das Nações Unidas, 12.230, em São Paulo.
Ele foi encaminhado para lá na tarde de ontem, um dia após sua prisão, pela
Polícia Federal, por suspeita de crimes contra o sistema financeiro e crimes
contra o mercado de capitais, além de lavagem de dinheiro.
O pai de Luis Octavio, Luis Felipe Indio da Costa, também suspeito dos
crimes, está em prisão domiciliar desde ontem, em sua residência na cidade do
Rio de Janeiro.
O Cruzeiro do Sul foi liquidado pelo Banco Central no mês passado com um
rombo contábil de R$ 3,1 bilhões.
Caso sejam indiciados e condenados, os banqueiros podem pegar entre um e 12
anos de prisão.
A Folha procurou o advogado dos banqueiros Roberto Podval para saber ele já
tinha entrado com pedido de habeas corpus para Luis Octavio, mas ainda não
obteve resposta. Até o momento, ainda não havia pedido feito na Justiça
Federal.
Raimundo Pacco - 14.nov.2008/Folhapress Luis Octavio Indio da Costa, filho de Luis Felipe Luis Octavio Indio da Costa, ex-presidente do Cruzeiro do Sul
FRAUDE
O inquérito foi instaurado em junho de 2012 após o Banco Central constatar
fraudes contábeis e indícios de operações de crédito fictícias no Banco Cruzeiro
do Sul.
Segundo a PF, ao longo da investigação foram detectados outras condutas
criminosas em fundos de investimento, que deixaram como vítimas dezenas de
investidores.
Antes da crise do Cruzeiro do Sul, o banqueiro ficou conhecido pelas festas
dadas a até mil convidados em sua casa, em Cotia.
Em 2009, patrocinou um show com cantor americano Tony Bennett em
comemoração dos 15 anos do banco e um concerto com o britânico Elton John na
Sala São Paulo. Também namorou a apresentadora Daniela Cicarelli.
Antes de liquidar o Cruzeiro do Sul, o Banco Central nomeou como
interventor o FGC (Fundo Garantidor de Créditos), com a missão de encontrar um
comprador e de negociar com os credores.
O fundo chegou a propor um "perdão" de 49% para os credores, mas a operação
não foi adiante pela falta de um comprador para o banco.
A venda do banco foi inviabilizada por uma série de questões legais e
comerciais. O negócio de crédito consignado já não atraia mais os grandes
bancos, que podem fazer esses empréstimos com menor custo nas
agências.
O comprador teria ainda de trazer pelo menos R$ 700 milhões ao Cruzeiro do
Sul. O que mais interessava era um crédito tributário que poderia chegar a R$ 1
bilhão, mas esse crédito foi calculado com base em empréstimos que são
contestados.
COBERTURA
Segundo o BC, cerca de 35% dos depósitos do banco contavam com garantia do
FGC. O fundo cobre CDBs em até R$ 70 mil por CPF e até R$ 20 milhões para as
aplicações que contavam com seguro especial (o DPGE).
Com a liquidação, o banco deixou de funcionar operacionalmente. As unidades
do Cruzeiro do Sul foram fechadas, e a maioria dos funcionários, dispensada. As
ações perderam todo o valor e deixaram de ser negociadas na Bolsa de
Valores.
O trabalho em curso do liquidante é fazer um inventário de tudo o que pode
ser vendido e convertido em dinheiro para pagar os credores. Os primeiros a
receber são os funcionários.
Fonte: Jornal de Floripa
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quinta-feira, 25 de outubro de 2012
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