Rio Grande do Sul tem 8 mil ações pedindo bloqueio do pagamento de empréstimo consignado
O Rio Grande do Sul tem quase 8 mil ações na Justiça pedindo bloqueio do pagamento de parcelas do empréstimo consignado. Representa cerca de 15% do total do País apontado em levantamento da Associação Brasileira de Bancos. A entidade representa 18 instituições financeiras, que são responsáveis por cerca de 15% do mercado de crédito consignado no Brasil.
Os números podem ser bem mais altos, advertiu o presidente da Comissão Jurídica da ABBC. Álvaro Loureiro chama o esquema de "ciranda do consignado". Começou no Nordeste e se espalha pelo País. O Rio Grande do Sul está entre os Estados com mais estoque destas ações.
Entidades de bancos estão fazendo um trabalho com seminários no Judiciário do Nordeste. Logo em seguida, devem desembarcar aqui no Sul para alertar juízes sobre fraudes.
O empréstimo consignado é diferente dos demais porque as parcelas do pagamento são descontadas direto no contracheque de quem pegou o dinheiro. Com menos risco, os juros são mais baixos.
O limite máximo de comprometimento da folha de pagamento é 30%. Só que fraudadores estão usando o Judiciário para burlar este mecanismo. A liminar suspende o pagamento das parcelas e libera margem para a pessoa tomar novos empréstimos.
Muitas vezes, a pessoa que está tomando o dinheiro entra ingenuamente no esquema. O responsável pela fraude é o intermediário. O tomador do empréstimo acaba, no entanto, acumulando mais dívidas.
O Conselho Nacional de Justiça, órgão de controle externo do Judiciário, abriu investigação para apurar a fraude "ciranda do consignado", que fez disparar a inadimplência do empréstimo consignado no País e tem causado prejuízos milionários aos bancos. Foi determinado que cada Tribunal de Justiça do País envie informações sobre todos os processos que tramitam nas comarcas questionando descontos do consignado.
O CNJ avaliará possível participação de juízes. Alguns concederam um número grande de liminares, inclusive em processos com informações falsas sobre o autor.
Fonte:- Blog Acerto de Contas por Giane Guerra
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