![]() O ex-presidente do banco Cruzeiro do Sul, Luis Octávio Indio da Costa
A Polícia Federal prendeu na noite desta segunda-feira (22) o banqueiro Luis
Octavio Indio da Costa, ex-dono e ex-presidente do Banco Cruzeiro do Sul,
instituição liquidada pelo Banco Central no mês passado.
Com um rombo contábil de R$ 3,1 bilhões no banco, Indio da Costa é suspeito
de crimes contra o sistema financeiro e crimes contra o mercado de capitais,
além de lavagem de dinheiro, segundo a Polícia Federal.
Por esses crimes, pelos quais deverá ser indiciado pelos policiais, o
banqueiro pode pegar entre 1 e 12 anos de prisão, caso seja condenado.
A Folha procurou o advogado Roberto Podval, que defende Indio da Costa, que
disse que ainda não teve acesso ao pedido de prisão.
Podval disse ainda que não entende o motivo da prisão preventiva, uma vez que
entregou o passaporte do banqueiro à Polícia Federal.
A prisão aconteceu em sua casa, em condomínio na Granja Vianna, em Cotia
(região metropolitana de SP), em cumprimento a mandado de prisão preventiva
expedido pela 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo, em razão de um inquérito
policial que tramita na Delegacia de Repressão aos Crimes Financeiros.
No pedido à Justiça, a PF solicitou também a prisão preventiva do empresário
Luis Felipe Indio da Costa, pai de Luis Octavio e também ex-dono do banco, mas a
Justiça ainda não atendeu.
FRAUDE
O inquérito foi instaurado em junho de 2012 após o Banco Central constatar
fraudes contábeis e indícios de operações de crédito fictícias no Banco Cruzeiro
do Sul.
Segundo a PF, ao longo da investigação foram detectados outras condutas
criminosas em fundos de investimento, que deixaram como vítimas dezenas de
investidores.
Antes da crise do Cruzeiro do Sul, o banqueiro ficou conhecido pelas festas
dadas a até mil convidados em sua casa, em Cotia.
Em 2009, patrocinou um show com cantor americano Tony Bennett em comemoração
dos 15 anos do banco e um concerto com o britânico Elton John na Sala São Paulo.
Também namorou a apresentadora Daniela Cicarelli.
Antes de liquidar o Cruzeiro do Sul, o Banco Central nomeou como interventor
o FGC (Fundo Garantidor de Créditos), com a missão de encontrar um comprador e
de negociar com os credores.
O fundo chegou a propor um "perdão" de 49% para os credores, mas a operação
não foi adiante pela falta de um comprador para o banco.
A venda do banco foi inviabilizada por uma série de questões legais e
comerciais. O negócio de crédito consignado já não atraia mais os grandes
bancos, que podem fazer esses empréstimos com menor custo nas agências.
O comprador teria ainda de trazer pelo menos R$ 700 milhões ao Cruzeiro do
Sul. O que mais interessava era um crédito tributário que poderia chegar a R$ 1
bilhão, mas esse crédito foi calculado com base em empréstimos que são
contestados.
COBERTURA
Segundo o BC, cerca de 35% dos depósitos do banco contavam com garantia do
FGC. O fundo cobre CDBs em até R$ 70 mil por CPF e até
R$ 20 milhões para as aplicações que contavam com seguro especial (o
DPGE).
Com a liquidação, o banco deixou de funcionar operacionalmente. As unidades
do Cruzeiro do Sul foram fechadas, e a maioria dos funcionários, dispensada. As
ações perderam todo o valor e deixaram de ser negociadas na Bolsa de
Valores.
O trabalho em curso do liquidante é fazer um inventário de tudo o que pode
ser vendido e convertido em dinheiro para pagar os credores. Os primeiros a
receber são os funcionários.
Fonte:- Jornal Floripa
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terça-feira, 23 de outubro de 2012
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